O cinema nunca mais foi o mesmo
Uma das figuras mais conhecidas da humanidade, com certeza é o Charlie Chaplin, mas você sabe qual a importância dele para o cinema?
Chaplin não só era talentoso, mas também perfeccionista, excêntrico e imprevisível.
Ainda pequeno, atuou em teatro de variedades com sua mãe, em Londres. Mais tarde, em meio a uma infância e adolescência muito pobre, mas com o sonho vivo de ser ator, conseguiu entrar em uma companhia de teatro, sendo o primeiro papel com a peça Sherlock Holmes, que veio dos EUA para Londres.
Com a Trupe Fred Karnos, foi para os EUA, onde começou a ficar conhecido de verdade. Um dos quadros que ele fazia, que não era comum, consistia em assistir aos espetáculos da plateia, fingindo estar bêbado e atrapalhando a visão de todos. Depois se dirigia ao palco para fazer parte do show. A plateia adorava. Ficou com a Trupe por dois anos, entre 1910 a 1912.
Pasmem, mas Chaplin não queria fazer cinema, pois no início do século passado, cinema era algo mais popular, feita para a classe trabalhadora, especialmente comédias. Além de serem em preto e branco e sem som. Os filmes não tinham tanto capricho, eram gravados em uma ou duas diárias. Então quando a companhia Keystone o procurou, ele ficou relutante, mas aceitou por causa do dinheiro, que era muito mais do que ele conseguia com o teatro.
Foi com a Companhia Keystone, na Califórnia, que surgiu o famoso Carlitos. Mas, no primeiro filme, Carlitos era um homem rico e vigarista, com um figurino que consistia em: cartola, sobrecasaca e um grande bigode. Para ao segundo filme, “Carlitos no Hotel”, Chaplin resolveu montar seu figurino por conta própria, pois havia odiado o anterior. Assim nasceu o Carlitos clássico:
– Calças largas
– Chapéu de coco
– Terno apertado
– Bigodinho
– Sapatos enormes
– Bengala
Entrou Charlie Chaplin no camarim e saiu Carlitos, andando e se comportando como tal.
Sua primeira aparição pública, na verdade foi durante a gravação de “Corrida de automóveis para meninos”. Acontece que estava acontecendo na cidade, o evento dessa corrida, então, sem nenhum roteiro, o Diretor da Keystone levou os atores para lá em busca de filmar algo interessante. O Carlitos ficava em frente às câmeras atrapalhando a captação da corrida. Assim que ele foi apresentado ao público.
Em seu primeiro ano de cinema, ele gravou 36 filmes. Com o passar do tempo, começou a se interessar por produção. Então propôs a Mack Sennett, chefe da Keystone, para que ele mesmo fosse o produtor e diretor do seu próprio filme. Seu primeiro filme, “Carlitos contra o relógio”, foi um sucesso.
Em 1915, ele assinou um contrato com a Essanay Studios, deixando a companhia anterior. Esse novo estúdio lhe deu mais liberdade e tempo para criar seus filmes. Consequentemente, a qualidade de suas criações ficou mais alta. Lembrando que além de talentoso, Chaplin era perfeccionista, então tempo foi seu forte aliado. Assim, o personagem Carlitos foi ganhando carisma e romantismo, além de um novo gênero para seus filmes: iniciar como comédia e finalizar de forma triste.
Em 1916, Chaplin assinou com a Mutual Film Corporation, onde produziu os 12 filmes de 2 bobinas mais influentes do cinema. Em 1917, quando seu contrato encerrou, ele passou para a First National Pictures, que lhe construiu um estúdio, dando total liberdade criativa para seus projetos.
Enquanto isso, o mundo entrava em guerra e os rumores de que Chaplin não estava servindo seu país começaram a se espalhar. O que em partes era verdade, pois ele não foi convocado para a linha de frente, mas em partes era mentira, pois ele promoveu vários discursos que arrecadaram verba para os exércitos aliados. Além disso, ele colocou o Carlitos na guerra, promovendo entretenimento ao público naqueles momentos tão difíceis, com o filme: “Carlitos nas trincheiras”.
Em 1919, Chaplin não conseguiu renovar seu contrato com a First National e partiu para o próximo nível de sua carreira, realizando um marco que iria mudar a história de Hollywood. Co-fundou a distribuidora United Artists, junto com Mary Pickford, Douglas Fairbanks e D. W. Griffith, que iria em movimento contrário ao que os grandes distribuidores do cinema vinham tomando. Permaneceu nesta companhia até início da década de 1950.
Chaplin pegou a transição do cinema mudo para as primeiras inserções de som. Um tanto quanto relutante, por considerar as películas uma arte mais pantomímica. Seus primeiros longas com som foram “Luzes da Cidade” e “Tempos modernos”, ainda considerados mudos, apesar de conterem falas pontuais. O primeiro filme falado dele foi “O Grande ditador” de 1940.
Mas, afinal de contas, por que Chaplin revolucionou o cinema?
Além de não seguir estritamente o roteiro, abrindo espaço para piadas improvisadas durante a filmagem, ele dificilmente revelava seus métodos de edição. Sim, além de ator, ele era produtor, produtor executivo, cantor, editor, roteirista e diretor.
Em seu filme “Luzes da Ribalta”, por exemplo, ele foi diretor, produtor, financiador, roteirista, músico, cinematógrafo, regente de orquestra e ator.
Como dissemos anteriormente, ele era muito perfeccionista, então alguns de seus trabalhos demoraram mais do que o normal para a época para ficarem prontos. Técnicas de filmagem, atuação e improvisação foram adquiridas com seus métodos mais ousados.
Ele revolucionou a linguagem cinematográfica de sua época, elevando a 7ª arte e tornando-se conhecido em todo o mundo.
Chaplin encerrou sua carreira voltando para Londres, onde produziu os dois últimos filmes: “A king in New York” (1957) e “A Condessa de Hong Kong” (1967), este último estrelado por Sophia Loren e Marlon Brando, onde fez uma ponta de mordomo. Seu último Oscar em 1972, como Oscar Honorário.
Fontes:
Canal Nostaliga de Felipe Castanhari
https://www.youtube.com/watch?v=z1LEfKAPNgg&t=1775s
https://pt.wikipedia.org/wiki/Charlie_Chaplin
https://fahrenheitmagazine.com/arte/cine/charles-chaplin-el-genio-que-revoluciono-el-cine