Comemoramos, em 19 de junho, o dia do cinema brasileiro. Apesar dos tempos difíceis, e das dificuldades que o setor tem passado, o cinema brasileiro, em especial, o catarinense possui muito a comemorar.
O cinema brasileiro teve grandes filmes de renome internacional, como Central do Brasil, O Auto da Compadecida e O Pagador de Promessas, mas nas salas de cinema dos últimos anos o gênero dominante foi a comédia e a comédia romântica, levando muitos brasileiros a se perguntarem se nossa produção é limitada ao riso. Na contramão, Santa Catarina provou que o Brasil pode chegar muito mais longe, e não se limita ao gênero da comédia. O estado tem se destacado em diferentes estilos, como drama, suspense, terror e mistério, mostrando o potencial do nosso cinema.
O Audiovisual no Brasil
O setor de audiovisual representa 0,46% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil e movimenta mais de 25 bilhões de reais por ano, segundo documento divulgado durante a 47ª edição do Festival de Cinema de Gramado/RS. Além disso, o mercado audiovisual tem uma taxa de crescimento de 8,8% ao ano no país, sendo responsável por mais de 330 mil empregos.
Nesse panorama positivo dos últimos anos, Santa Catarina classificou filmes de curta e longa-metragem nos maiores festivais do Brasil e do mundo, e colocou suas obras em grandes plataformas de streaming como a Netflix e a Paramount. As produtoras, faculdades, cursos e o próprio governo desse pequeno estado do sul do Brasil têm investido no audiovisual há anos, e começaram a colher os frutos desse trabalho.
Como funciona esse investimento?
Em primeiro lugar, entre as estratégias para alavancar o mercado cinematográfico, destaca-se o incentivo à constituição de cursos de formação profissional em cinema e produção audiovisual. Os cursos superiores de SC destacam-se entre os melhores do país, entre eles o Curso de Realização Audiovisual (Unisul), Curso de Cinema (UFSC), Curso de Produção Audiovisual (Unochapecó), Curso de Cinema e Audiovisual (UNOSociesc), Curso de Produção Audiovisual (Univali).
A oferta dos cursos de nível superior, além de cursos de especialização e capacitação promovidos por iniciativas privadas, como os da Oficina Rockset, proporciona o aumento do número de profissionais qualificados no mercado, e o resultado não poderia ser diferente: filmes de qualidade.
Um dos grandes destaques de 2020 é o curta-metragem Baile, produzido em Florianópolis com recursos do edital Prêmio Catarinense de Cinema de 2018. O curta, dirigido por Cíntia Domit Bittar, foi classificado para o famoso prêmio de cinema da Academia norte-americana, o Oscar.
Selma Depois da Chuva, de Loli Menezes, ganhou destaque a nível nacional e internacional e além de live-actions, SC também fez sucesso com as animações, por exemplo Boris e Rufus, série transmitida pelo canal Disney XD para todo Brasil, América Latina e alguns países da Ásia.
Parcerias Internacionais
Outra semente que começou a dar frutos são as parcerias internacionais. Recentemente, houve o encontro entre Brasil e Nigéria para fortalecer as relações no setor audiovisual, lembrando que a Nigéria é uma das maiores produtoras de Cinema do mundo, competindo com potências do cinema como Hollywood e Bollywood, Nigéria e o Nollywood vem disputando espaço. Além disso, parcerias mais próximas já estão no ar, como a série “Submersos”, uma coprodução Brasil-Argentina rodada em Florianópolis e Córdoba, adquirida pela Paramount.
E o futuro guarda muito mais para Santa Catarina, com cada vez mais produtoras entrando nesse mercado. Por isso, vamos continuar investindo e lutando pela educação do mercado e capacitação profissional, pois Santa Catarina tem potencial para se tornar um grande polo cinematográfico.
