AUDIOVISUAL E GASTRONOMIA: produção de vídeos culinários

Já parou para pensar quanta coisa acontece dentro de uma cozinha? A gente logo pensa na comida, entretanto a gastronomia engloba muito mais que isso. Eletrodomésticos, pessoas, recordações, refeições, família, tudo faz parte do ambiente gastronômico, por isso, fazer um vídeo culinário não é só falar e gravar o produto, mas todo o universo que o cerca. 

Como funciona cada etapa da produção e filmagem de vídeos culinários? Quais os cuidados se deve ter? Como valorizar o conteúdo e criar conexão com o espectador?  Vem comigo conhecer mais sobre esse universo!

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A cozinha pode ser cenário para diversos tipos de vídeos.

IMAGENS, CHEIROS, SABORES E TEXTURAS

Um dos grandes desafios da produção gastronômica é transmitir através do áudio e do vídeo, a sensação dos cheiros, sabores e texturas. Conseguir despertar através deles o desejo de comer, ou o appetite appeal, é o ELEMENTO 1 que se deve ter atenção na produção de um vídeo culinário, mas não é o único. O ELEMENTO 2, por sua vez, remete às sensações que você quer transmitir, e eu não estou falando de fome. 

Produzir audiovisual gastronômico não depende só de passar para o espectador uma comida apetitosa, mas criar conexão com ele. Toda comida está relacionada com sentimentos, cada receita é um apelo emocional e salienta-se essencial, como produtor audiovisual, pensar o entorno e não apenas na fumacinha saindo café ou no vermelho brilhante do tomate (apesar de serem elementos visuais muito importantes). 

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Conquistar todos os sentidos do espectador é o grande desafio.

Vídeos na cozinha, seja de preparo de receitas ou propagandas de eletrodomésticos ou alimentos, se tornaram moda nos últimos anos, mas o produtor está muitas vezes preso a passar a imagem de comida apetitosa e deixa de lado o entorno. Na prática, isso denota um cuidado com a diária de gravação, mas pouca preparação de roteiro, seja para a edição quanto para a filmagem. Chegar com uma receita, um bom cinegrafista  e um chef de cozinha no dia da filmagem pode resolver o ELEMENTO 1, mas raramente alcança o 2, ou seja, a memória e a conexão.

VOU FAZER, E AÍ?

A teoria é bonita, mas como colocar isso em prática? Primeiramente, com uma pesquisa articulada e conversa com o cliente, para entender o público-alvo e o sentimento que se deseja passar. Segundo, prestando atenção em cada etapa da produção.

Pensando o Local

Dentro de uma grande produtora existem diversos tipos de estúdios para possibilitar a filmagem, desde pequenas jóias até um carro 4X4. Por isso, uma das características mais valorizadas de um estúdio é a sua versatilidade. Na Rockset, possuímos estúdio chroma key, estúdio garagem, estúdio escritório, entre outros, mas o que vamos falar hoje é o nosso estúdio 02, o nosso Estúdio-cozinha.

Um estúdio-cozinha é estruturado para atender clientes que se relacionam de alguma forma com a gastronomia, seja com utensílios, eletrodomésticos, rede de supermercados, restaurantes, alimentos, etc. Ele é projetado propositalmente para vídeos e fotos. 

O essencial desse tipo de estúdio é possuir a estrutura básica, como geladeira, fogão, forno, bancada, pia, mas ao mesmo tempo conseguir deixar o ambiente flexível para poder atender clientes variados com diferentes propostas visuais.

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Estúdio-cozinha: versatilidade e eficiência

Planejamento

A pesquisa é essencial na primeira etapa da produção para entender como aperfeiçoar a comunicação entre a empresa, marca ou empreendedor e seus consumidores, ela que vai determinar o caminho que o roteiro deve seguir. 

Por exemplo, a produtora audiovisual Rockset é responsável pela websérie culinária Giassi Gourmet, na qual o Chef Nivaldo ensina como fazer diversos pratos, desde jantares sofisticados até cafés da manhã saudáveis. Em um desses vídeos, a proposta era ensinar receitas para um café da manhã em família. Com o objetivo em mente, o roteirista incluiu a própria família do Chef Nivaldo no vídeo. Seus filhos e esposa ajudaram a cozinhar, e claro, degustar as delícias depois de prontas. É um pequeno detalhe, entretanto, alinha o audiovisual com o sentimento que se deseja despertar no espectador.

Mão na Massa

Iluminação, número de câmeras, enquadramentos, cores, objetos, fundo, decoração, figurino… São muitas as opções nas mãos do diretor de arte e fotografia. Cada escolha produz um efeito de sentido e altera a forma do público ver o produto, por isso, deve ser feita baseada em cada trabalho e não generalizada.

Para ilustrar, vamos usar os ângulos de câmera. É imprescindível pensar no tipo de alimento ou produto que você está filmando ao escolher os ângulos. Afinal, o ângulo de cima (zenital) é maravilhoso para pratos de comida não é mesmo? Mas… e se for um hambúrguer? Não parece mais tão interessante. 

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O ângulo frontal valoriza as dimensões do risoto, deixando mais profundidade e evidenciando, inclusive, o acabamento do alecrim.

E depois?

A pós-produção envolve montagem, edição de som, trabalho de cor, e cada detalhe conta. Falando nisso, você sabe a diferença entre o roteiro da filmagem e o roteiro da edição? Nem todos os vídeos precisam dessa separação, mas o audiovisual culinário é um ramo no qual faz toda a diferença.

O roteiro de edição pode ser decidido em conjunto pelo diretor e o montador, ele inclui estratégias de valorização das imagens e sons, como por exemplo, o slow motion ou a divisão de telas.

DICAS PRÁTICAS

  • Além do visual, a comida também tem som. Os sons podem enriquecer a experiência do telespectador ao estimular a audição dele;
  • Direção de fotografia especializada em comida. Nosso diretor de arte estuda o universo culinário antes de entrar em cena, com o cuidado de valorizar cada pequena textura, cor e ingrediente;
  • Estudar cada vídeo e não generalizar;
  • Criar camadas. O audiovisual não depende só do prato de comida, mas também de quem o produz, e do que está ao fundo; 
  • O ser e o parecer: é importante valorizar o produto, mas não vender algo que não existe.
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Por fim, voltamos a lembrar que a comida não está relacionada apenas com a necessidade de sobrevivência. Entender quais as ramificações que ela toca é essencial para produzir um vídeo com profundidade. Além da fonte de alimentação, a comida é fonte de história, de recordações, de sentimentos.

A complexidade do tema foi um dos motivos pelo qual a Oficina Rockset de direção de fotografia incluiu na sua programação um dia de filmagem no estúdio-cozinha, para ensinar os alunos a desenvolver uma estética sensorial e despertar o sentimento através da imagem. 

Desde vídeos institucionais, artísticos, webséries até lives, o audiovisual e a gastronomia conversam, mas não existe uma única forma de fazer, por isso, a cada produção, a Rockset busca inovar e encontrar uma nova solução para instigar o olfato, o tato e o paladar através da visão e audição. E você, qual a sua solução?