O cinema brasileiro enfrenta desafios, mas tem potencial para crescer economicamente e culturalmente, diante da indústria americana
Ao visitar uma sala de cinema em qualquer cidade do Brasil, a quantidade de filmes dos Estados Unidos é muito maior do que a de produções nacionais. Isso é reflexo da quantidade de recursos destinados ao investimento em filmes ou séries.
Claro que o tamanho da economia norte-americana, em comparação com a brasileira, influencia na análise, mas ao observar o investimento proporcional, é possível compreender por que uma indústria é tão desenvolvida, enquanto a outra ainda precisa de estímulos para crescer.
Em 2012, os Estados Unidos conseguiram arrecadar mais de US$ 1 trilhão com o mercado de cultura e entretenimento, o que representava cerca de 6,5% do Produto Interno Bruto (PIB) americano. Para entender a dimensão desse valor, segundo o Banco Mundial, nesse mesmo ano, o PIB do Brasil foi de US$ 2,465 trilhões, em uma fase em que a economia brasileira ainda apresentava um período de prosperidade.
E não apenas isso. Uma pesquisa da International Intellectual Property Alliance, organização que representa os trabalhadores do entretenimento, revela que a riqueza desse mercado foi distribuída entre seus trabalhadores. Segundo o estudo, eles tinham uma remuneração 33% maior do que um empregado médio americano. O setor cultural americano empregava cerca de 5,4 milhões de pessoas, que recebiam um salário anual de US$ 85.644 dólares, contra a média de US$ 64.594.
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E no Brasil?
Antes da pandemia, o setor audiovisual brasileiro já desfrutava de uma participação expressiva na economia, superando importantes indústrias como papel e celulose, farmacêutica e têxtil. Apesar disso, ele tinha uma representação do PIB de apenas 0,46%, com uma indústria que movimentava cerca de R$ 24,5 bilhões. Em comparação com a economia dos EUA, em termos de proporcionalidade, o valor é muito abaixo.
Contudo, vale destacar um dado. De acordo com o Sindicato da Indústria Audiovisual do Estado de São Paulo (SIAESP), cerca de 11% do PIB da cidade de São Paulo tem origem nas produções de audiovisual, um oásis no meio de um deserto.
No ano de 2021, o setor audiovisual brasileiro gerou uma receita total de R$ 56,937 bilhões (equivalente a US$ 10,554 milhões). A produção de filmes foi um dos principais impulsionadores desse montante, contribuindo com R$ 6,182 bilhões (US$ 1,146 bilhão) em receita nesse mesmo período. Vale ressaltar que, ao longo do ano, o país investiu cerca de R$ 52,180 bilhões (US$ 9,672 bilhões) na produção de conteúdo audiovisual.
Além de ser uma poderosa fonte de receita, o setor audiovisual também desempenhou um papel importante na geração de empregos. Em 2020, aproximadamente 111.331 oportunidades de trabalho foram criadas pelo setor, o que corresponde a 0,12% do total da força de trabalho nacional.
O impacto do cinema na economia
Um estudo encomendado pela Netflix à Deloitte, que mensurou o impacto da produção de cinema e TV, incluindo streaming, na economia de diversos países latino-americanos, revelou dados surpreendentes para o Brasil.
Para cada US$ 10 gastos no setor audiovisual, um valor adicional de US$ 6 a US$ 9 é gerado na cadeia de suprimentos, beneficiando outros segmentos como tecelagem e alimentação. Além disso, de cada 100 pessoas empregadas no setor audiovisual, entre 50 e 70 empregos ou serviços remunerados são criados em outros setores da economia.
Esse efeito multiplicador é essencial para entender a relevância do cinema na economia. Para cada R$ 54 milhões gastos na produção, são movimentados R$ 96 milhões na economia, levando em conta o impacto indireto na cadeia de suprimentos e o aumento dos gastos das famílias beneficiadas.
Vários segmentos estão envolvidos nos diversos estágios da produção de cinema e TV, desde a construção de cenários até a composição musical, criando um ciclo virtuoso de demanda e renda.
A produção de figurinos para um filme é um exemplo claro de como a indústria audiovisual fomenta outros setores dentro da economia. Isso implica na busca por matérias-primas, tecelagens e empresas de tingimento, gerando empregos e aumentando a atividade econômica dessas indústrias. Esses efeitos se propagam pela economia local, impulsionando a remuneração dos trabalhadores e contribuindo para o crescimento sustentável.
O setor cultural, especialmente o audiovisual, não é apenas uma forma de entretenimento, mas também uma alavanca para o desenvolvimento econômico e social de um país.
O cinema brasileiro, embora enfrente desafios, tem o potencial de contribuir ainda mais para a economia nacional, impulsionando o crescimento, criando empregos e promovendo a riqueza cultural.
Investir nesse setor é investir no futuro do país, potencializando suas riquezas e talentos, e expandindo seu alcance global, gerando impactos positivos em diversas esferas da sociedade.
Portanto, é essencial reconhecer e valorizar a importância do setor cultural e do audiovisual como elementos fundamentais para uma economia próspera e inclusiva.
Após conhecer o potencial do cinema brasileiro , entre em contato com a Rockset para fazer o seu próximo projeto audiovisual.