Zona de Interesse, um olhar único sobre o Holocausto através da vida da família Höss, residente ao lado de Auschwitz
Produzido pela renomada A24, o filme ‘Zona de Interesse’ (ou ‘The Zone of Interest’, no original) destacou-se no Oscar e em outros festivais de cinema.
Este longa-metragem britânico oferece uma nova perspectiva sobre o período da Segunda Guerra Mundial, utilizando de forma sutil os sons do ambiente e uma fotografia mais sombria nos momentos apropriados.
A parte técnica do filme atraiu a atenção dos entusiastas do cinema. Não foi necessário recorrer apenas às imagens para transmitir emoção aos espectadores; o som ambiente e uma iluminação mais suave, ou até mesmo a sua ausência, foram suficientes para evocar emoções ao longo do filme.
Zona de Interesse: Enredo e Contexto
Adaptado do romance homônimo escrito pelo autor Martin Amis em 2014, ‘Zona de Interesse’ retrata a vida de Rudolf Höss (interpretado por Christian Friedel), o comandante de Auschwitz, e sua esposa Hedwig (interpretada por Sandra Hüller).
Eles parecem levar uma vida comum e bucólica em uma casa com jardim. No entanto, por trás dessa fachada de tranquilidade, a realidade é bem diferente. A família, que aparenta ser feliz, reside ao lado do campo de concentração de Auschwitz, sendo diretamente responsáveis pelo genocídio que está em andamento.
A narrativa de “Zona de Interesse” é complexa e provocativa. Ao focar na vida da família Höss, o filme nos obriga a confrontar a realidade do Holocausto de uma perspectiva única.
A normalidade da vida da família contrasta fortemente com o genocídio que está ocorrendo ao lado, criando uma tensão narrativa que é ao mesmo tempo desconfortável e fascinante.
A Invisibilidade dos Horrores
“Zona de Interesse” encontra na invisibilidade dos horrores do Holocausto a maneira mais eficaz de impactar o público.
O filme é tão impactante quanto outros filmes sobre o mesmo tema, nos quais somos expostos ao terror através da violência e imagens de vítimas invisíveis sendo mortas, torturadas e cambaleando pelos campos de concentração.
No entanto, em “Zona de Interesse”, o diretor nos obriga a enxergar aquilo que não está em cena.
É a vida da família do comandante de Auschwitz, Rudolf Höss, que nos convida a grandes reflexões.
Diferentemente de outros filmes, como o “O Filho de Saul”, de László Nemes, “Zona de Interesse” nos oferece a mesma experiência sem entrar em Auschwitz, mas sim ao perceber o absurdo da normalidade ao redor do horror.
Outros simbolismos surgem durante a projeção do filme: a escuridão de quase três minutos que nos coloca em estado sensorial; as cinzas dos mortos que invadem a residência e os arredores como a morte se fazendo presente; o jardim e as flores de um lado do muro, em contraposição à lama e ao caos do outro; a piscina, a criança presa na estufa de plantas, entre outras.
A Técnica de Som
Um dos aspectos técnicos mais notáveis de “Zona de Interesse” é o uso de som. O filme utiliza o som de maneira eficaz para criar uma atmosfera de tensão e desconforto.
Os sons abafados de desespero que vêm do campo de concentração são um lembrete constante do horror que está acontecendo ao lado da vida aparentemente normal da família Höss.
Fotografia Dark
A fotografia do filme também merece destaque. A escolha de uma estética mais escura ajuda a transmitir a natureza sombria do tema do filme. As cenas são filmadas de maneira a realçar a escuridão e a opressão, criando um contraste visual com a vida aparentemente idílica da família Höss.
Zona de interesse: conclusão
Zona de Interesse é um filme que nos faz refletir sobre a capacidade humana de cometer as maiores atrocidades possíveis a outro ser humano, e como diante das maiores tragédias humanas, somos capazes de não enxergar e agir para impedi-las ou revertê-las.
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