Apesar de paralisação, férias coletivas e até demissões, grandes fabricantes de automóveis aproveitam para colaborar com a saúde mundial
Para proteger seus colaboradores da pandemia, a maioria das montadoras brasileiras pararam a produção de veículos no país, porém, mesmo sem esse trabalho, diversas marcas colaboram ou estudam maneiras de ajudar com os órgãos oficiais em diversas iniciativas que possam aliviar a crise do Covid-19. Com fábricas paradas e cerca de 100 mil trabalhadores em lay-off, licenças ou em férias coletivas, há ainda risco de grandes demissões e corte de salários e jornadas.
Entretanto, mesmo em meio a incertezas, há notícia boa vinda do setor. A pausa nem sempre quer dizer que o trabalho acabou por completo e isso acontece de diversas maneiras. Enquanto a General Motors se prepara para consertar aparelhos hospitalares, a Volkswagen empresta veículos para funcionários da saúde nas cidades onde a empresa possui fábricas, por exemplo. E essa ajuda não para por aí. Uma das grandes preocupações está na manutenção dos ventiladores respiratórios que são usados nas UTIs do país para tratar dos pacientes que desenvolvem sintomas graves da doença.
A GM não está sozinha na operação que pretende consertar os respiradores fora de funcionamento. O SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), em conjunto com a General Motors, ArcerlorMittal, Fiat Chrysler Automóveis (FCA), Ford, Honda, Jaguar Land Rover, Renault, Scania, Toyota e Vale anunciaram uma ação conjunta para fornecer a manutenção desses aparelhos. A estimativa é que o número de consertos seja superior a três mil respiradores. O grande objetivo é ter 100% de todos os respiradores em funcionamento. A operação chamada de \”Iniciativa + Respiradores\” vai atuar em 25 pontos em 15 estados brasileiros.

Mercedes-Benz ajuda a desenvolver e produzir equipamentos médicos no Brasil.
A Volkswagen, além de emprestar seus veículos e ajudar no transporte de doações, medicamentos e equipamentos, também doou duas mil máscaras faciais de proteção. Essa ajuda acontece nas cidades de São Bernardo do Campo, Taubaté, São Carlos (SP) e São José dos Pinhais (PR) onde estão localizadas as suas unidades no Brasil.
Já o Grupo PSA (Peugeot e Citroën) também em parceria com o SENAI, deverá confeccionar protetores faciais em suas impressoras 3D. A mesma iniciativa vem da Renault, Mercedes Benz e Hyundai que estudam a confecção do acessório, crucial para os agentes de saúde que estão na linha de frente nos hospitais em todo o país.

A Hyundai Motor Brasil está apoiando a cidade de Piracicaba em ações emergenciais durante a pandemia da Covid-19.
Além dessas iniciativas, a Hyundai também anunciou que disponibilizará carros de sua frota para auxiliar idosos e profissionais da saúde. A ação terá início na cidade de Florianópolis, a concessionária da região colocará a disposição 10 veículos de test-drive para realizar o transporte gratuito.
No exterior
Donald Trump, presidente do Estados Unidos, usou uma antiga lei de guerra dos anos 1950 para obrigar a General Motors no país a parar sua produção e produzir respiradores. Conhecido por suas polêmicas, o presidente acusou a fabricante através de uma rede social, de cobrar um valor alto pelos aparelhos. Em resposta, a GM, junto com a parceira Ventec, disse que vai produzir os respiradores na fábrica de Kokomo, Indiana. Contudo, apenas protótipos estão sendo feitos no momento e a entrega dos aparelhos no país com o maior número de infectados do planeta, pode demorar um mês. Toyota e Ford também começam a planejar como atuarão para fazer os aparelhos.
Elon Musk, CEO da Tesla, afirmou que produzirá respiradores gratuitamente nos Estados Unidos, incluindo os custos de produção e distribuição aos hospitais. No Reino Unido, a Mercedes-Benz através do Projeto Pitlane criou um aparelho respiratório que pode ajudar os pacientes atingidos pelo novo Coronavírus. Rolls-Royce e Airbus também estão mobilizadas para ajudar. O mesmo acontece na Europa onde diversas montadoras como Fiat e Nissan ajudam como podem na logística para evitar que o número de infectados pela Covid-19 sofram com a falta de equipamentos.